Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional

TERAPIA OCUPACIONAL​

É uma profissão da área da saúde que visa dar possibilidades e condições às pessoas de desempenhar atividades ocupacionais de sua necessidade (atividades de vida diária e de vida produtiva) ou preferência (trabalho e lazer).

A atividade ou ocupação é o objetivo final da Terapia Ocupacional, pensando em termos de autonomia e independência, porém ela também é o meio, o processo, o instrumento de trabalho do terapeuta ocupacional.

No atendimento às crianças, as ocupações referem-se ao brincar, às atividades de vida diária (comer, trocar de roupa, usar o banheiro, tomar banho, cuidar dos pertences), e às atividades escolares. Para todas essas tarefas, certas habilidades sensoriais, motoras, cognitivas, emocionais e sociais são recrutadas e desenvolvidas e,  através delas, ajustando o interesse, a motivação intrínseca, o desafio e o contexto,  o terapeuta ocupacional vai direcionar a sua atuação.

Alguns fatores relativos à infância como a prematuridade, o atraso no desenvolvimento, síndromes, alterações neurológicas, Transtornos do Espectro Autista, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, entre outros, afetam o desempenho ocupacional da criança e sua participação social. Tais dificuldades possuem indicação para avaliação e tratamento em Terapia Ocupacional.

Terapia Ocupacional – Abordagem de Integração Sensorial de Ayres (ISA)

Terapia Ocupacional – Abordagem de Integração Sensorial de Ayres (ISA)

O que é?

“Integração Sensorial é o processo neurológico que organiza as sensações entre o corpo de um indivíduo e do ambiente e torna possível o uso eficiente do corpo no ambiente.” “… é a organização das sensações para o uso” (J. Ayres 1988).

 Esse conceito teórico foi concebido por Anna Jean Ayres na década de 60, Psicóloga e Terapeuta Ocupacional americana, que sintetizou a literatura da neurologia, psicologia, neuropsicologia e educação, compreendendo as relações entre cérebro e comportamento. J. Ayres desenvolveu a teoria, testes e processos de avaliação, padrões de disfunção encontrados, método de intervenção e análise dos resultados. Terapeutas Ocupacionais continuamente realizam pesquisas nessa área, fornecendo base para a prática baseada em evidências. 

Como é a intervenção?

“Quando um terapeuta está fazendo seu trabalho efetivamente e a criança está organizando seu sistema nervoso, parece que a criança está apenas brincando.” 

“A ideia central dessa terapia é fornecer e controlar estímulos sensoriais, especialmente… do Sistema Vestibular, músculos e articulações e, pele… de uma maneira que a criança espontaneamente forme respostas adaptativas que integrem aquelas sensações. Fazer essa ideia dar certo… exige um terapeuta habilidoso e uma sala ampla com equipamentos simples, porém especiais.” 

Ayres, 1979

Essa é uma terapia baseada em evidências, que se utiliza da Medida de Fidelidade de Integração Sensorial de Ayres, um instrumento que assegura a confiabilidade no método e fornece uma análise sistemática da intervenção. Esse instrumento avalia a estrutura (a formação do terapeuta ocupacional, a sala e os equipamentos para que se garanta atividade física e vigorosa)  e o processo da terapia, ou seja, a dinâmica da interação entre a criança e terapeuta).

Enquanto processo entende -se que a terapeuta:

  1. Garanta a segurança física.
  2. Forneca oportunidades sensoriais.
  3. Apoie a modulação sensorial para ajudar a criança a alcançar/ manter o um estado regulado.
  4. Desafia o controle postural, ocular, motor bilateral e oral.
  5. Desafia a práxis e organização do comportamento.
  6. Colabora com a escolha da atividade.
  7. Ajusta atividades para apresentar o desafio na medida certa.
  8. Assegura que as atividades sejam bem sucedidas.
  9. Apoia a motivação intrínseca da criança para brincar.
  10. Estabelece aliança terapêutica. 

Considera-se que essa terapia seja realizada após uma avaliação abrangente, contendo o histórico, motivo de encaminhamento, comportamento (interação, cognição, comunicação), habilidades motoras, avaliação indireta (dados trazidos pelos pais) e direta (observação do terapeuta) do processamento sensorial quanto à reatividade, discriminação e praxia. Para isso existem testes padronizados que comparam a criança com o seu grupo etário e testes que norteiam a avaliação qualitativa. A partir deles, o terapeuta faz uma análise e o raciocínio clínico identificando as disfunções sensoriais encontradas que justifiquem as dificuldades no desempenho e participação da criança. A avaliação deve ser documentada em um relatório contendo esses elementos e, a partir dele, definem-se metas e objetivos.

Essa é uma abordagem que preconiza a comunicação com os pais e professores com o objetivo de educar os cuidadores em relação à influência de disfunções sensoriais e de praxias nas atividades de vida diária, acadêmica, do brincar e da participação social e assim, ofertar estratégias para uso nesses ambientes.

Karen Prado Lyra Silveira

CREFITO-3 7447 TO

Graduada em Terapia Ocupacional pela Universidade do Sagrado Coração (USC) em 2003. Pós-Graduada em Neuropsicologia pelo Centro de Estudos em Neuropsicologia (CDN/ Unifesp). Especialista no Conceito Neuro Evolutivo Bobath Infantil e Baby Course pela ABRADIMINE. Possui formação prática em Terapia de Mão pelo Hospital das Clínicas de São Paulo. Possui Certificação Internacional em Integração Sensorial de Ayres pela Collaborative for Leadership in Ayres Sensory Integration (CLASI). Durante esses 20 anos de formada participou de cursos, palestras e formações na área de neuropediatria, reabilitação física, transtorno do espectro autista, e integração sensorial.

Atuou em ambulatorial público na área de neurologia (infantil e adulto) seguindo por 10 anos em instituição de referência, Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD – Ibirapuera, 2005 – 2015). Nesta instituição, realizou atendimentos no setor de Terapia Ocupacional Infantil nas modalidades de terapia individual, grupos de estimulação precoce, atendimento conjunto e em equipe multidisciplinar. Foi atuante também na formação de residentes e na confecção de órteses para membros superiores na oficina ortopédica. 

Desempenhou atendimento domiciliar e em clínicas de reabilitação  e de 2016 à 2019, atuou em consultório de Terapia Ocupacional de referência em Integração Sensorial (TOI) onde, juntamente com a Certificação Internacional, pode desenvolver e aprimorar seus conhecimentos na área atual de atuação. 

Em novembro de 2019, junto com a fonoaudióloga Laís Vit, fundou o consultório de Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional Germinare, atendendo crianças com atrasos e/ou alterações no desenvolvimento e no desempenho de atividades ocupacionais. Paralelamente à atuação em consultório, é monitora nos cursos de Certificação Internacional em Integração Sensorial pela TOI/ CLASI.